'' Gilmar Belenos ''



Ôm Símbolo universal do Yôga e do hinduismo.



O Om é o mantra mais importante do hinduísmo e outras religiões. Diz-se que ele contém o conhecimento dos Vedas e é considerado o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman. O Om é o som do universo e a semente que "fecunda" os outros mantras. 

Om é a vibração primordial, o som do qual emana o Universo, a substância essencial que constitui todos os outros mantras, sendo o mais poderoso de todos eles. Ele é o gérmen, a raiz de todos os sons da natureza.
"Com Om vamos até o fim o silêncio de Brahman (o Absoluto). O fim é imortalidade, união e paz. Tal como uma aranha alcança a liberdade do espaço por meio de seu fio, assim também o homem em contemplação alcança a liberdade por meio do Om."
Essa técnica é uma das mais antigas e eficazes que existem no Yoga. Estimula o ájña chakra, na região do intercílio, sede de manas, o pensamento, e buddhi, a intuição ou consciência superior. Existem sete formas diferentes de vocalizar o Om. Aqui veremos especificamente a sua utilização como dháraní, suporte para concentração.
Além desses bíja mantras principais, aparece ainda sobre as pétalas de cada chakra uma série de fonemas do alfabeto sânscrito são os bíjas menores, que representam as manifestações sonoras do tipo de energia de cada chakra. Desta forma, cada sílaba de cada mantra estimula uma pétala definida de um chakra particular. Este é o motivo pelo qual o sânscrito é considerado língua sagrada na Índia seu potencial vibratório produz efeitos em todos os níveis.

yantra-Om

É o mais conhecido yantra do Yôga, traçado chama-se ômkara pronunciado chama-se pranava. Este símbolo é tão antigo que sua origem é incerta. Podemos dizer que ele vem de um período tão antigo como as primeiras civilizações que habitaram o local que hoje é chamado de Índia, em um período anterior a invasão ariana. Sua escrita curvilínea em nada se assemelha ao traçado retilíneo do dêvanágari que é o alfabeto utilizado para escrever sânscrito.
Aqui a progressão de como o símbolo curvilíneo foi sendo transportado a forma retilínea do dêvanágari. O comum em textos filosóficos é ter o Ôm no seu original arcaico e curvilíneo. A outra possibilidade é que no dêvanágari o Ôm era escrito como na última possibilidade e com o tempo houve uma adaptação que mesclou o traçado curvelíneo com o retilíneo.
A silaba do Ôm é composta pela união de três sons: A + U + M. A união do `A` com o `U` gera o som de “ô” fechado, contudo em alguma época existiram autodidatas que aprenderam este mantra somente lendo textos antigos sem nenhum professor que lhes mostrasse o som, por conseqüência esta deturpação foi passada adiante instaurando a confusão do AUM. É muito comum encontrar livros que sequer mencionam Ôm, somente utilizam AUM. Outros autores defendam a existência dos dois, o que é verdade, pois os dois mantras existem, mas não são a mesma coisa: o Ôm é considerado o som do universo, já AUM é o som de uma pétala do anahata chakra. Existem também autores que por motivos de transliteração escrevem AUM explicando que ele deve ser lido Ôm.

O erro de confundir o Ôm com AUM já passou de uma geração para outra e acabou se instaurando como uma verdade. Para aqueles que conhecem os princípios do mantra sabem que uma coisa é pronunciar Ôm e outra bem diferente é vocalizar AUM.

vogal-au.
vogal-o










No dêvanágari existem as vogais ô e au como podemos observar para que pronunciemos o som `au` é necessário assinalar isto na escrita.
Em um ambiente filosófico podemos definir o Ôm como o corpo sonoro do Absoluto. Em um ambiente mais leigo é preferível dizer que o Ôm é o símbolo do Yôga e do hinduísmo, a não ser que você queira dar aula explicando o conceito de absoluto, corpo sonoro e mais um monte de questões que seu interlocutor fará.
O Ôm é descrito em algumas upanishad como sendo o alento de Brahma, que erroneamente é traduzido simplesmente como Deus. Digo erroneamente, pois traduzir Brahma como Deus é deturpar a cultura Hindu fazendo-a encaixar-se dentro de nossos paradigmas judaico-cristãos criando mais frenesy ocidental em achar que “tudo é a mesma coisa”.
A uchandôgya upanishad afirma que do Ôm emergiu o traya vidya, os três vedas: rig vêda, sama vêda, yajur vêda. Ao pronunciar o Ôm estaríamos recitando todos os três vêdas. Para se ter uma idéia do que isso representa cada vêda é separado em brahmanas, mantras, aranyakas e upanishads que por sua vez são compostos por um sem número de textos. Imagine nesses 500 anos de história brasileira, só no legislativo quantas leis foram feitas? Quantas constituições, decretos, códigos. Imagine quando tivermos 2000 de Brasil, imprima todas essas leis e coloque em estantes. Vai ocupar mais ou menos o tamanho dos vêdas.
Em muitas upanishads e shastras o Ôm está ligado a forma mais fácil, rápida, segura, precisa, importante, etc., para se chegar a ao samádhi.
Representa também os três gunas: tamas, rajas e satwa; a trindade hindu: Brahma, Vishnu e Shiva; os três estados de consciência: vigília, sono e sonho; criação, manutenção e destruição – não por acaso também os atributos da trindade hindu.

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